Os três irmãos, de 4, 5 e 7 anos, abandonados pelo pai em um motel de Rio Branco, capital do Acre, não tinham sinais de maus-tratos, estavam alimentados e pareciam bem cuidados. A informação foi confirmada pelo 3º Conselho Tutelar da capital acreana, que atendeu o caso e encaminhou as crianças para um abrigo.
Até a tarde desta quinta-feira (15), o pai das crianças não tinha sido encontrado.
As crianças são imigrantes, mas a nacionalidade delas ainda não foi identificada. Elas foram deixadas pelo pai, que também é imigrante, dentro de um quarto de um motel do Segundo Distrito de Rio Branco na manhã dessa quarta-feira (14).
A Polícia Militar (PM-AC) foi acionada por funcionários do motel. O imigrante entrou a pé com as crianças, um menino e duas meninas, foi até um quarto, as deixou lá dentro e foi embora. Uma funcionária, que teria visto a situação, ainda tentou questionar o homem, mas ele não falava português e fugiu.
As equipes do 3º Conselho Tutelar de Rio Branco tiveram acesso às crianças e não identificaram sinais de maus-tratos.
"As crianças são bem tratadas, não vimos hematomas, marcas, elas interagiram e brincaram com a gente. São muito brincalhonas. Entre eles, falam outro idioma que não identifiquei. Já com a gente falaram um pouco português", explicou o conselheiro Enéas Marques.
Ainda segundo o conselheiro, foi aplicada uma medida de acolhimento e os irmãos levados para um abrigo. Lá, eles têm acesso à toda rede de apoio e proteção de crianças e adolescentes. As crianças não souberam dizer o país de origem, quanto tempo estão no Acre e nem onde moravam.
"Não demonstraram nenhum tipo de maus-tratos, timidez, medo, susto. A criança transparece isso quando sofre algum tipo de agressão. Não temos nada, nem nome de pai e nem mãe", concluiu.
Polícia Civil investiga
Ainda segundo o 3º Conselho Tutelar de Rio Branco, o caso foi repassado para a Polícia Civil investigar e procurar o pai das crianças. O Ministério Público Estadual (MP-AC) também foi acionado.
O delegado Alberto Dalacosta, da Delegacia de Atendimento à Criança e ao Adolescente Vítima (Decav) confirmou que está investigando o abandono das crianças, contudo, não pode repassar nenhuma informação porque, por se tratar de um caso que envolve crianças, as investigações estão sob sigilo.