A expectativa da safra de algodão deste ano em Rondônia é a melhor da história. Ultrapassando os 10 mil hectares, a produtividade deve ser o dobro de quando a área passava dos 20 mil hectares, ou seja, a expectativa é de que cerca de 45 mil toneladas de algodão sejam colhidas em metade da área plantada há 28 anos.
Mesmo com os desafios enfrentados desde janeiro, época do plantio, especialistas reconhecem que a expectativa da colheita no estado ultrapasse o de outras regiões.
“Hoje, quando a gente olha no panorama geral, Rondônia vai fechar com uma expectativa maior do que a de outras regiões do país, como Mato Grosso. Lógico que em expressividade menor, aqui a gente sofreu menos com as intempéries que teve de modo geral”, explicou o engenheiro agrônomo Fabrício Pereira.
Em janeiro deste ano, época da colheita, a expectação não era tão animadora. De acordo com o agrônomo Laydson Fernandes, o atraso no plantio da soja e as mudanças climáticas eram fatores que desanimavam a produção.
“Essa safra, em decorrência do atraso do plantio da soja, acabou interferindo no plantio do algodão desse ano. Tivemos as condições climáticas, que nos três primeiros meses teve grande excesso de chuva, e depois essa chuva cortou ao longo do desenvolvimento da cultura, acarretando assim numa menor entrega das variedades, da cultura em si”, explica.
Vicente Gondin, pesquisador da Embrapa, revelou que desde 1993, a empresa trabalha com programas de melhoramento de algodão. Nesse período, vários materiais foram testados em campos experimentais.
Mais de 20 anos depois…
Em 1994, Vilhena (RO) possuía 24 mil hectares de algodão plantado e produzia em média 24 mil toneladas. Atualmente, 10 mil hectares foram destinados para o produto e mesmo com menos metade da área plantada, a produção será a maior da história: 45 mil toneladas de algodão.
E qual é o destino de tanto algodão? Segundo o agrônomo Fabrício Pereira, o mercado internacional é o mais visado.
“Em Rondonia, 100% da pluma é exportada. O mercado de exportação é mais viável. A gente acompanha os agricultores fazendo mais negócios interessantes para fora. Aí vai para o mundo inteiro, principalmente o mercado asiático, que se destaca anualmente. A questão do caroço, ele fica todo no mercado interno com a pecuária, na questão de ração e nutrição animal mesmo”, explicou.
G1