No boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar (PM) na Vila Esperança consta que a vítima, uma mulher de 28 anos, havia ido até a casa de um morador na Linha PA 18 para fazer a entrevista do Censo. Ela chegou ao endereço por volta de 18h de segunda-feira (22) e foi recebida pelo homem no quintal.
Após preencher todas as respostas do formulário, a vítima foi até sua motoneta e deu partida no veículo para ir embora. Neste momento, segundo relato da recenseadora , o morador apareceu com uma faca de cozinha e começou a correr atrás dela.
O homem chegou a segurar a vítima pela mão, mas a mulher conseguiu jogar a faca para longe após reagir e entrar em luta corporal.
A mulher afirma que conseguiu correr e entrar no pasto da propriedade, mas foi alcançada pelo suspeito, identificado até então como José Roberto.
"Ele novamente me agarrou, com a faca na mão, e conseguiu me levar para dentro da residência, tentando forçar uma relação sexual. Ele ainda ameaçou dizendo da seguinte forma: 'para de gritar senão eu te mato'", diz o relato da rescendedora no boletim.
Dentro da casa, José Roberto tentou ainda enforcar a vítima, mas ela conseguiu empurrar o homem com um dos pés e assim se soltou. A vítima conta que nesse momento saiu correndo para uma estrada e pediu por socorro.
Alguns moradores da Vila Esperança, que fica a 330 quilômetros de Porto Velho, ouviram o pedido de ajuda e acolheram a recenseadora do IBGE. A vítima afirmou aos policiais que o morador suspeito estava bêbado.
A PM foi até a casa onde a mulher foi atacada. O imóvel estava com janelas e portas abertas, mas o homem não foi encontrado.
Ainda segundo boletim de ocorrência, populares que não quiseram se identificar afirmaram à guarnição não ter sido a primeira vez que o morador, quando foca embriagado, tenta atacar mulheres da zona rural.
A recenseadora do IBGE passou por exame de corpo de delito, onde, foi constatado ferimentos no segundo e no terceiro dedo da mão direita, provavelmente causados pela faca de cozinha usada pelo suspeito. A vítima também ficou com escoriações no pescoço.
O que diz o IBGE?
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística confirmou o ataque sofrido contra a recenseadora e afirmou em nota que o suspeito da tentativa de estupro e ameaça segue foragido.
Ainda segundo o órgão, a mulher deve continuar trabalhando no Censo 2022.
"Apesar da situação, ela pretende concluir o trabalho iniciado por ela no Censo Demográfico. Por parte do IBGE, está sendo prestado todo o apoio e suporte necessários, incluindo a possibilidade de ela não trabalhar sozinha", diz a nota.