O
homem, identificado após sua morte como Federico Carboni, faleceu depois
de tomar por conta própria um coquetel letal de drogas por
meio de uma máquina especial. Sua família e amigos estavam ao seu lado quando
ele faleceu.
A
morte de Carboni foi anunciada pela Associação Luca Coscioni, um grupo de
apoio à eutanásia que o ajudou a defender seu caso junto aos tribunais e
autoridades sanitárias.
Ele era motorista de caminhão e ficou paralisado do
pescoço para baixo há dez anos, após
um acidente de trânsito.
"Não
nego que eu lamento dizer adeus à vida", ele disse antes de sua morte,
segundo a Associação Luca Coscioni. "Fiz todo o possível para viver o
melhor que pude e tentei aproveitar ao máximo apesar da minha deficiência, mas
agora estou no meu limite, tanto mental quanto fisicamente", disse
Carboni.
Como tetraplégico, ele
precisava de cuidados 24 horas por dia, o que o fazia depender sempre de apoio
e o deixava sem independência, disse, o que o fazia se sentir como um
"barco à deriva no oceano". "Agora estou finalmente livre para
voar para onde quiser", disse.
Longa batalha legal
Em
2019, o Tribunal Constitucional da Itália permitiu o suicídio assistido em
alguns casos. A questão havia enfrentado a oposição acirrada da Igreja Católica
e dos partidos conservadores.
O
tribunal delineou certos requisitos que devem ser cumpridos para que se possa
solicitar o suicídio assistido. Por exemplo, deve estar claro que um paciente
não pode ser curado, que ele depende de meios que sustentam a sua vida e que
ele está experimentando dor física e mental "intolerável".
Um
paciente também deve ser plenamente capaz de tomar suas próprias decisões e compreender
as conseqüências.
Carboni
recebeu permissão de um comitê de ética em novembro passado, após recorrer
contra a recusa inicial das autoridades de saúde e levar seu caso ao tribunal.
Ele foi a primeira pessoa no país a obter essa aprovação legal.
Ele então precisou levantar 5 mil euros (R$ 27 mil) para cobrir os
custos com medicamentos e equipamentos especiais necessários para colocar um
fim em sua vida. A Associação Luca Coscioni lançou uma iniciativa de
financiamento coletivo para arrecadar dinheiro para tanto.
"Continuaremos a lutar para que obstrucionismos semelhantes e
violações da vontade dos doentes não se repitam", disse a associação em
uma declaração.
O suicídio assistido é permitido na Suíça há décadas. A prática também é
legal em vários outros países, incluindo a Holanda, Áustria e Espanha.
FONTE: As informações são do G1