Propaganda da Volkswagen com casal gay vira alvo de ataques homofóbicos




A peça publicitária foi publicada, inicialmente, no dia 6 de maio, com a
seguinte legenda: "sabe o que evoluiu junto com você? O Polo. O que já era
bom ficou ainda melhor, com muito mais segurança e tecnologia. Você acessa
seu veículo sem o uso de chaves, aproveita a transmissão automática de 6
velocidades e se conecta com tudo pelo VW Play".
A presença de dois homens abraçados na foto foi o suficiente para que grupos
iniciassem uma campanha contra o carro e a marca. Os ataques fizeram com
que o termo "Polo" se tornasse um dos assuntos mais comentados no Twitter
nos últimos dias, com montagens depreciativas que não serão republicadas
por essa reportagem.
 
Os ataques homofóbicos seguem linhas parecidas, tentando desmerecer o
carro por ser empático com a comunidade LGBTQIA +, e pedindo um "A diferença enriquece, o respeito une. A Volkswagen do Brasil celebra a
diversidade sexual e de identidade de gênero. Promover a Diversidade &
Inclusão é um dos pilares estratégicos da marca. A premissa da marca é
garantir um comportamento respeitoso e inclusivo, dentro e fora da empresa,
com parceiros diretos ou indiretos de negócio. A Volkswagen lançou uma
cartilha de Diversidade & Inclusão para toda sua cadeia de fornecedores e
rede de concessionárias no Brasil e, continuamente, desenvolve debates com
seus funcionários, em todas as esferas hierárquicas."
 
A montadora alemã continua: "acreditamos que cada pessoa, de diferentes
raças, etnias, gênero, orientação sexual e idade/geração, tem experiências
únicas, que somadas contribuem para fortalecer não somente a cultura da
empresa, mas também o ambiente em que vivemos. Temos como
responsabilidade continuar aprendendo de que forma podemos contribuir
para a luta contra qualquer forma de preconceito, pois consideramos
fundamental conciliar as diferenças para a construção de uma sociedade justa
para todos. No que tange a interação com os usuários, comentários ofensivos
e desrespeitosos, são devidamente apagados de nossas páginas".
 
Vale ressaltar que, em 2019, o Superior Tribunal Federal (STF) decidiu que
declarações homofóbicas e transfóbicas podem ser enquadradas no crime de
racismo, cuja pena é de um a três anos, mas podendo atingir cinco em casos
mais graves.
Não é a primeira vez
A postagem faz parte de uma série de publicações sobre diversidade, iniciada
em junho de 2021. Elas sempre são acompanhadas de ataques homofóbicos.
responder, de querer rebater, mas depois nós entendemos que isso é uma
perda de energia desnecessária", conta Murillo.
 
Ele diz que muito dessa maturidade ao escolher se e quando responder vem
do fato de que o seu marido, Diego, o levou para mais próximo do movimento
LGBTQIA+ e da militância quando se conheceram. "As pessoas estão
disseminando ódio e maldade, especialmente pela internet, onde acham que
tudo pode, mas estar mais próximo da militância trouxe uma iluminação em
como lidar com esses atos", completa.