Pesquisadores da Unir desenvolvem farinha de pupunha em Ariquemes, RO

Ingrediente pode ser usado no preparo de doces e salgados. Pesquisadores acreditam que o próximo passo é levar o produto, rico em nutrientes, para a merenda escolar.


O catarinense Ocimar Júlio Sete, que atualmente mora na zona rural de Cacaulândia (RO), chegou há mais de 40 anos no estado e quando chegou, foi surpreendido pelo fruto amazônico. 
"A gente via [a pupunha] nas lavouras. A gente via aquelas palmeiras que dava aquele coquinho, mas ele sapecava muito a boca porque ele era nativo. Então nós começamos a buscar conhecimento e a gente começou a plantar o que era comestível", disse.
Em seu sítio, com cerca de 51 hectares, Ocimar produz de tudo um pouco, mas ao longo dos anos, o agricultor deu prioridade a plantação de pupunha. Atualmente, ele tem 50 árvores, com 150 hastes de pupunheiras em plena produção, além de uma lavoura em formação com 150 pés.
Geralmente, a safra de pupunha acontece de novembro a fevereiro. Na última safra, Ocimar colheu uma média de 1,5 mil kg do fruto, que ele vende quase tudo in natura.
Como é um fruto perecível, Ocimar acaba perdendo cerca de 20% da produção. Mas um projeto da Unir, que estuda formas de beneficiamento da pupunha, deve encontrar formas para melhor aproveitamento do fruto. 
As pupunhas produzidas por Ocimar, são utilizadas para pesquisas de beneficiamento sobre o fruto na Universidade Federal de Rondônia. Ladislene de Paula, professora de bioquímica e projetos industriais na Unir, é a responsável pelo projeto, que reúne cerca de 10 pessoas, entre pesquisadores e acadêmicos. O primeiro experimento do projeto foi criar a farinha de pupunha, que pode ser usada em várias receitas doces e salgadas. Mesmo fora da safra, o fruto, colhido no começo do ano, foi congelado e ainda ajuda nas pesquisas. 
"Por ser um fruto sazonal, a gente pensou em como melhor aproveitar esse fruto, para que ele seja utilizado em todo o ano. Então foi por esse motivo que nós optamos dentre os inúmeros frutos da região amazônica, trabalhar com a pupunha", explicou a professora.