O parecer dos bombeiros faz parte do relatório de análise de perturbação (RAP), documento produzido pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), com uma análise detalhada do episódio.
O documento, ao qual a TV Globo teve acesso, será divulgado na tarde desta segunda-feira (7).
“Durante as conversações e coletas de dados para o preenchimento do relatório de ocorrência, questionamos sobre os sistemas preventivos daquela planta, bem como do plano de ação em caso de sinistro. Obtivemos a resposta que não possuíam", diz o relatório dos bombeiros.
"De fato, não conseguimos identificar sistemas preventivos no entorno da região sinistrada, salvo uma parede que separava o transformador sinistrado dos demais e o deck que o cercava", completa o relatório.
Ainda de acordo com o relatório, as estruturas não eram suficientes e havia, no entorno do transformador que pegou fogo, outros equipamentos que poderiam ter se incendiado, como caminhões.
"Durante o combate por vezes [os bombeiros] tiveram que repreender os técnicos que se encontravam na zona fria do local de sinistro, visto que insistiam em querer durante o combate às chamas religar o sistema que alimentava de energia os transformadores que ficavam no entorno, o que traria um risco em potencial à guarnição que estava em atuação", diz o documento. A religação não ocorreu.
Procurada pelo G1, a empresa Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE), responsável pela subestação, disse que o local opera com todos os sistemas necessários de prevenção de incêndio.
"A subestação de Macapá opera com todos os sistemas de combate a incêndio, tais como extintores e paredes corta-fogo, que funcionaram na noite do acidente. Prova disso é que somente o transformador TR01 sofreu o incêndio. Quando o Corpo de Bombeiros chegou ao local, o equipamento já havia sido isolado eletricamente de forma preventiva pela equipe da LMTE", informou a empresa em nota.
O incêndio deixou quase 90% do Amapá ficaram sem energia no dia 3 de novembro depois do incêndio na principal subestação de energia do estado, que integra ao Sistema Interligado Nacional (SIN). O governo federal e a distribuidora de energia dizem que o fornecimento foi normalizado no dia 24 de novembro.
Fonte: G1